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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

.os reconhecimentos que promovemos.


Há pouco tempo, li umas críticas sobre o livro Encantador de Pessoas (já falei dele aqui) e gostei bastante do que li. Parecia ser um livro bem interessante. Mas como tenho o hábito de fazer uma pesquisa antes, atrás do livro em pdf, e ler alguns trechos antes de comprá-lo, foi o que fiz. Achei este link aqui que disponibiliza a introdução do livro e pude verificar que realmente era uma leitura que me agradava. Fica a dica, então, para quem se interessar pelo livro. ;)

No meu último post prometi que ia falar de um dos capítulos do livro que gostei. O que me leva a escrever sobre isso é que, além de ter prometido que falaria, a mudança a partir do sentir é um tema que me interessa bastante.

A perspectiva de reflexão do capítulo é acerca do sentido que damos à vida, das relações positivas e da visão sistêmica do futuro; do valor que, em determinamos momentos, damos ou deixamos de dar para as pessoas que nos são caras, independentes de estarem próximas ou não; do reconhecimento que promovemos, ou não, a quem tanto amamos.

Mas a grande questão que o livro me trouxe foi sobre QUEM amamos. Será que reconhecemos quem realmente deveríamos reconhecer? Será que nossas energias são depositadas em quem realmente deveria ter nossa atenção?

Para se chegar a alguma resposta (não sei se esse é o termo mais adequado) o autor do livro propõe o seguinte exercício que ele realiza em workshop: a simulação  do próprio velório. Simmmmm, o assunto a partir daqui é fúnebre! É para os fortes! Para aqueles que não tem coragem de seguir a leitura adiante, eu me despeço com essa música do Jorge Drexler (que eu adooooro)... Bj, e até a semana que vem! Voltem sempre! ;)




Para você que se arriscou, segue o exercício:


Imagine que você faleceu.  
Imagine sua morte na posição em que se encontra, neste local, neste momento. Imagine seu corpo sendo levado ao velório e então seu caixão aberto.
Quem está no seu velório?
O que dizem essas pessoas?
O que pensam a respeito do que foi a sua vida?
Quem você ama está lá?
Imagine seu próprio velório. 
Em determinado momento, um pequeno grupo se aproxima do seu corpo e o toca, 
em um movimento misto de carinho e de dor.
Quem está tocando você?
Essas devem ser as pessoas mais importantes da sua vida. 
Então, imagine a dor que eles, e você - sentem numa cena dessas. 
Você não pode falar nada, afinal está morto. 
Pode apenas reconhecer essas pessoas e imaginar o calor delas ao tocar seu corpo.
E se lhe fosse permitido falar algo em apenas dois minutos? 
Que recado você daria a essas pessoas?
Que recado daria na sua despedida?
Que pedido de desculpas você faria?
Como demonstraria o seu amor?
Agora, como num passe de mágica, sinta a energia do seu corpo aqui e agora. 
Sinta o peso do seu corpo tocando o sofá ou a cadeira em que está sentado neste momento. 
Sinta que está vivo e que isso foi apenas um exercício.


Você não está morto! 
E agora cabe somente a você definir o que fará com seu tempo restante. Que aspecto de você morre neste momento? Que culpas e experiências vividas, as quais você não pode mais mudar, precisam morrer para que você possa renascer? Que parte do seu passado precisa ser enterrada para que você possa ir adiante? Sinta o luto  por aquilo que quer mudar para então iniciar um recomeço. Um novo contrato individual daquilo que quer buscar. Temos o direito de rever nossos comportamentos e seguir adiante rumo a uma vida mais feliz.


24 comentários:

  1. Nossa...gostei muito do texto, do exercício...como uma luva no dia de hoje.
    Obrigada! (emocionada)

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  2. Lu, eu também fiquei emocionada! As lágrimas escorriam!
    Achei o esse exercício muito bom! Me surpreendeu!
    Muitas das pessoas a quem eu dedicava MUITO tempo da minha vida, nem sequer apareceram no meu exercício.
    Coisa doida, né?!
    Bj, bj!

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  3. Ok. Fiz o exercício!
    Quem está no meu velório? Posso ter uma vaga ideia, mas não posso garantir. Os afazeres do cotidiano podem impedir a ida daqueles que me conhecem ou então o abalo emocional não permita o movimento do corpo para dar o último adeus.
    O que dizem estas pessoas? Quaquaraquaquá! Vai ter de tudo, mas basicamente a minha vida revela dois traços marcantes sou intensa. Posso fazer gargalhar muito, mas também posso deixar mágoas profundas. Desculpa aí, mas sou humana. Complicada e não tão perfeitinha quanto a letra dos Raimundos deseja rimar.
    Como disse, não sei se as pessoas que mais amo (HOJE) poderão estar presentes.O tal abalo emocional, sacou?... Pode não rolar a presença, quem dirá o toque! Mas se eu tivesse 2 minutos com certeza diria: "Vou sentir uma saudade imensa de vocês! Não chorem. Eu vivi tudo que eu quis viver (até as coisas erradas!)
    Quanto aos pedidos de desculpas, deixo para fazê-los sempre em vida. Das situações mais pesadas que vivi, já dei o meu recado: " Aí, foi mal! Desculpa".
    Agora vou confessar, o mais difícil do exercício foi pensar de que maneira manifestaria meu amor. Vem cá, eu não estou morta? Como vou demonstrar algo? [risos]



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  4. Cris,
    Que bom que pode apenas ter uma vaga ideia, amiga! É só um exercício, não é para ir para as 'vias' de fato! :D
    A ideia não é pensar nos 'conhecidos' e nem nos 'afazeres do cotidiano'... Os dois minutos é como uma nova oportunidade!!!!!!!
    Crisssssssssssssssssssssssssssssssssss! :D

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    1. 2 minutos é pouco para pensar no que fazer com esta oportunidade. Não consegui "profi" fazer o exercício direito. Me dá meio acerto, por favor! ahahahahahhaha
      SAUDADES!

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    2. Crissssss,
      Tu nunca viu 'GHOST'? :D :D :D :D
      Saudade, querida!

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  5. Muito bom!Parabéns pelo post!

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  6. Quem é o autor? Onde posso comprar?

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  7. O autor é o Gabriel Carneiro Costa... Onde comprar? Hmmm, não sei se tem em todas as livrarias, pois o lançamento é recente.
    A editora é a Integrare. Acredito que no site tenha essa informação.
    www.integrareeditora.com.br

    ;-)

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  8. sabe q eu já pensei nisso
    um dia, andando na rua, pensei no meu (futuro) velório
    já pensei até em quem eu gostaria de ter ao meu lado no meu "passamento"...

    falta eu me desprender de algumas amarras e resignificar vida e caminhos...

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    1. Jura que já pensou sobre isso???
      Eu tenho a maior dificuldade com esse tema, consequência de alguns traumas de infância. Hoje lido com 'um pouco' mais de naturalidade...

      Vippptor, não ouse 'um passamento'... Para quem eu mandarei mensagem de voz via whatsapp? :D

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    2. não estou pensando, no momento, em ser tão ousado...

      há outras ousadias que ainda tenho que cometer :)

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    3. Eu penso sobre isso, Victor!
      Ainda tenho tanto para fazer por aqui... preciso de mais tempo!

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  9. Sempre muito boa essa tua mesa, Carla!
    Adorei o tema. Vou ler o pdf indicado e depois compro o livro.

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    1. Que bom que gostas da mesa!
      Apareça, vezenquando!
      É só chegar e 'puxar a cadeira'!
      A mesa é nossa! ;)

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  10. Carla Netto, gostaria que sempre ou vezenquando tu colocares dicas de livros. Pode ser??? obgg

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    1. Sempre? Como diz o Feio, da mesa 3, 'não prometa o que não pode cumprir'! Então prometo que sempre farei um esforço para colocar dicas de livros e que vezenquando eu cumprirei. :D

      E tem também o meu compromisso com o Vinicius (o de Moraes). Prometi que não iria abandoná-lo. Então, por vezes, terei que citá-lo aqui, principalmente depois da terceira taça. ;)

      'e não há nada mais divino nesse mundo, que viver cada segundo como nunca mais.' (Tomara - Vinicius de Moraes)

      ________________________

      Tentarei na semana que vem falar de um livro que estou lendo. Bem interessante!! Tudo nessa perspectiva de leituras para 'deleite'. Nem sempre científico.

      Ou falarei, um pouco mais, do meu livro favorito:

      "É verdade. Eu me tornei uma espécie de caixeiro-viajante. [...] há dias em que eu próprio tenho dificuldades em me encontrar. É quando te vejo que me encontro melhor, parece-me que me deixei em depósito com você. Pensei muitas vezes que nos deveríamos ver mais. Creio que envelheceríamos menos depressa se pudéssemos nos encontrar de quando em quando [...]."

      [ A Idade Razão - Sartre ]

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    2. Carla, adoro esse livro do Sartre. E essa citação é uma das minhas favoritas também. Se puder voltar a falar desse livro num outro dia, ia ser bem legal. Não tenho mais o meu livro. Emprestei e não voltou. Bj, sigo vcs sempre.

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  11. Nunca havia pensado nisso... Mas foi muito interessante pensar...

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  12. Um exercício bastante delicado... Difícil... Doloroso, até(porque, apesar de sabermos que a morte física é certa, é complicado pensar na dor de quem fica)... Nunca havia pensado nisso, mas foi um momento interessante! Obrigada pela oportunidade, Carla! Abraço!

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    1. Eu também achei um exercício difícil e doloroso! Triste mesmo!
      Eu fui um pouco mais egoísta... não pensei muito na dor dos outros. Pensei mais na minha falta de oportunidade de dizer, mais uma vez, o quanto cada um significava para mim.

      E eu só consegui visualizar quatro pessoas...

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  13. ...tenho muita dificuldade de relacionamento com a Dona Morte, apesar de pensar muito nela... quase que diariamente... faço isso para poder dar mais valor as coisas que certamente passariam desapercebidas. Momentos, nunca nos outros. Egoismo? talvez.

    No me gusta nenhum pouco a ideia de ter que morrer um dia, muito menos pensar em como seria o meu velório, as pessoas que lá "se encontrarão”.

    Mas como a causa é justa.

    (...)

    Por uma questão de respeito ao morto, os que lá se encontram não falarão mal de mim... e ai de quem se isso acontecer!!! Volto e puxo a perninha durante a noite!!!

    Cara, mas no frigir dos ovos estiveram no meu velório apenas as pessoas que eu amo e sei, hoje, que o amor é recíproco.

    Morrer para renascer... que rico exercício.

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