.
.
.
'antes de julgar uma pessoa passe três luas usando seus sapatos'*
.
.
.
.
.
.
A Camila tem uma vida ótima, um marido gato, uma filha boneca, um filho príncipe, um cachorro adestrado, um duplex de cinema, um carro luxuoso, um cabelo de matar de inveja a Gisele, sorriso mais branco que ator da Globo, corpo mais perfeito que rainha de bateria. Além disso, Camila tem empregada que lava, passa e cozinha. Em outras palavras: Camila nunca está com o cabelo fedendo a fritura, não estraga as unhas esfregando panela e não sofre de dores na coluna (muito menos de tendinite) por passar as camisas do maridão. E para completar: Camila não precisa se preocupar com as contas de água, luz, telefone, supermercado. Dinheiro não é problema. Nunca foi. Mas Camila é extremamente infeliz. Tão infeliz que faz terapia três vezes por semana. E chora todos os dias antes de dormir.
Você conhece a Maria do Carmo? Ela tem 28 anos, quatro filhos, é separada, sustenta a casa, trabalha como empregada doméstica e faz doce para vender no mercadinho do bairro do lado da casa onde trabalha. Rala o dia todo para sustentar os filhos, deixa as crianças com a vizinha, faz comida em casa, vive com as unhas fracas por causa dos produtos de limpeza, nunca experimentou outra marca de shampoo a não ser aquele que custa menos de três reais, nunca ouviu falar em escova progressiva, não tem dinheiro para ir ao cinema, comprar livros, roupa nova, nem nada disso. As crianças herdam as roupas dos filhos da patroa ou então ganham dos primos mais velhos. Sua maior diversão é quando chega domingo, ela senta no sofá da sala com seus rebentos e assiste Faustão tomando suco de manga. Apesar das dificuldades, Maria do Carmo vive com um sorriso no rosto, acha que viver é uma graça divina e não reclama de nenhuma desgraça que acontece na vida. **
Confessa que já formou um julgamento sobre a vida da Camila e da Maria do Carmo, confessa! Que mania horrível essa que a gente tem de julgar os outros! É ou não é horrível esse hábito de sempre rotular as pessoas?!
Tudo na vida tem um porquê [ ou muitos porquês ].
E cada um sabe onde aperta mais o calo, onde a sua dor é mais funda, onde toca o coração. A gente pode até achar que sabe, que consegue se colocar no lugar da outra pessoa, mas a gente não sabe e não consegue. Somente 'andando três luas com seus sapatos' é que poderemos [ quem sabe ] tentar entender como cada pessoa conduz a sua vida e [ talvez ] compreender as suas reais motivações, os seus sentimentos, as suas escolhas...
_________________________________
*TAMARO, Susanna. Vá aonde seu coração mandar. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
** Saiu daqui.
.
.
.
Entendo a felicidade da Maria do Carmo e compartilho.
ResponderExcluirE sei que, sem dúvida, ela e uma mulher muito feliz.
Se ela não fosse um personagem, iria tomar cafezinho lá com ela, e levaria aminha família junto.
Bom dia!
Não sei se a Maria do Carmo era feliz... [ viu? tb tô aqui julgando ]... Ela vivia com um sorriso no rosto... talvez fosse uma pessoa alegre.
ResponderExcluir.'mas a alegria está para a felicidade como uma lâmpada elétrica está para a luz do sol'.
Ritaaaaaaaaaaaa, bom dia!
Bá...... fiquei eu pensando em usar os saltos da Carlinha por três luas!
ResponderExcluirAmiga, vou ter que te confessar, não aguentaria nem por três horas. eheheheheh
Assim como sei que você não aguentaria usar o meu all star... e mesmo assim a gente se entende não é?!Ou ao menos respeitamos nossas diferenças.
Fiquei com vontade de ler o livro!!!
Confesso,... não consegui esperar 3 luas, eu digo nas minhas graças caiu a MC. mulher q não se abala por pouco.
ResponderExcluirCrisss, tô aqui, rindo muito!!!
ResponderExcluir:D
Olha só, eu gostei disso que tu escreveu: respeitamos nossas diferenças.
Eu acho que é por aí mesmo, temos que respeitar que as pessoas são diferentes e aprender a conviver com isso...
Rafaaa, tô tentando o google 'tradutor'...
ResponderExcluir:D