Hoje, aqui na mesa 1, eu quero falar sobre uma das minhas paixões: Vinicius de Moraes. Eu não sei bem quando Vinicius entrou na minha vida, mas faz bastante tempo.
Eu resolvi falar sobre Vinicius hoje, porque amanhã estarei indo para o Rio e estou na expectativa de conhecer alguns lugares que têm a marca registrada dele. Pra quem não conhece a vida desse poeta, segue uma breve descrição:
Marcus Vinícius da Cruz e Mello Moraes, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Ele foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta, compositor e cantor brasileiro. Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1933. Em 1935, ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles.
Vinicius Poeta
Poeta essencialmente lírico, teve publicado seu primeiro livro de poemas em 1933, O Caminho para a Distância (para acessar o livro na íntegra, clique aqui). Outros livros de Vinicius podem ser acessados através do acervo digital da Brasiliana USP, como o Livro de Sonetos (1957) e O Mergulhador (1968).
Vinicius Dramaturgo
Você sabia que o único Oscar que o Brasil tem na categoria Melhor Filme Estrangeiro, em 1960, foi com o filme Orfeu Negro, baseado na peça de teatro Orfeu da Conceição (1956), escrita por Vinicius de Moraes?
Vinicius Compositor e Cantor
Além da diplomacia, do teatro e dos livros, a carreira musical de Vinicius começou a deslanchar em meados da década de 1950, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas. Eu gosto de várias músicas (praticamente todas), mas hoje decidi trazer aqui a música A Felicidade, que foi composta para o filme Orfeu Negro.
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
E você, conhecia a vida desse poeta? Qual a composição do Vinicius que já tinha ouvido e que mais gosta?
A Felicidade
ResponderExcluirVinicius de Moraes
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor
Além das clássicas, essa é uma das músicas que eu mais gosto:
ResponderExcluirAndam Dizendo
Vinicius de Moraes
Andam dizendo na noite
Que eu já não te amo
Que eu saio na noite
E já não te chamo
Que eu ando talvez
Procurando outro amor
Mas ninguém sabe, querida
O que é ter carinho
Que eu saio na noite
Mas fico sozinho
Bem perto da lua
Bem perto da dor
Perto da dor de saber
Que este céu não existe
E que tudo o que nasce
Tem sempre um fim triste
Até meu carinho
Até nosso amor
Tomara
ResponderExcluirVinicius de Moraes
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais
Vinicius... mestre, né?
ResponderExcluirvira e mexe ele aparece aqui falando de tudo, falando de amor... falando da mulher (morena) que ele inventou...
eu conheço muito pouco da obra dele e cada vez que tu posta algo do Vinicius, eu vou pesquisar e acabo lendo coias incríveis... um cara de extrema sensibilidade (não é a toa que se chama Marcus)...
"As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança,
qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize
elegantemente em azul,
como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso
que súbito tenha-se a
impressão de ver uma
garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só
encontrável no terceiro minuto da aurora..."
... a verdadeira beleza está dentro de nós... está em nosso olhar, a beleza está no gesto, no sorriso. Não existe receita da mulher perfeita... o que existe é o amor, mesmo que adormecido...
Feiooo, cada vez que eu posto alguma coisa do Vinicius aqui, eu aprendo algo mais sobre ele.
ResponderExcluirEu não sabia, por exemplo, a história do Oscar... fiquei sabendo depois da pesquisa para o post.
Também não sabia sobre os livros que a 'Brasiliana' disponibiliza na íntegra. Nesse final de semana li todo o livro dele de 1933. Adoro o estilo da escrita e também a questão da ortografia da época.
Também não sabia que ele se chamava Marcus... só podia!!!
Feiooo,
ResponderExcluirDá um alida neste link aqui:
http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/02419800#page/4/mode/1up
Tem na íntegra esse poema do Vinicius que tu postaste aí... eu li ontem à noite.
ADORO!!!
*uma lida
ResponderExcluirEste poema eu tb ADORO:
ResponderExcluirA Carta Que Não Foi Mandada
Vinicius de Moraes
Paris, outono de 73
Estou no nosso bar mais uma vez
E escrevo pra dizer
Que é a mesma taça e a mesma luz
Brilhando no champanhe em vários tons azuis
No espelho em frente eu sou mais um freguês
Um homem que já foi feliz, talvez
E vejo que em seu rosto correm lágrimas de dor
Saudades, certamente, de algum grande amor
Mas ao vê-lo assim tão triste e só
Sou eu que estou chorando
Lágrimas iguais
É, a vida é assim, o tempo passa
E fica relembrando
Canções do amor demais
Sim, será mais um, mais um qualquer
Que vem de vez em quando
E olha para trás
É, existe sempre uma mulher
Pra se ficar pensando
Nem sei, nem lembro mais
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure. Sério. Eu tinha isso escrito numa camiseta que eu não tirava do corpo, na época dos 12, 13 anos! ♥ ♥ ♥
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