Há pouco tempo, li umas críticas sobre o livro
Encantador de Pessoas (já falei dele
aqui) e gostei bastante do que li. Parecia ser um livro bem interessante. Mas como tenho o hábito de fazer uma pesquisa antes, atrás do livro em pdf, e ler alguns trechos antes de comprá-lo, foi o que fiz. Achei este link
aqui que disponibiliza a introdução do livro e pude verificar que realmente era uma leitura que me agradava. Fica a dica, então, para quem se interessar pelo livro. ;)
No meu último post prometi que ia falar de um dos capítulos do livro que gostei. O que me leva a escrever sobre isso é que, além de ter prometido que falaria, a mudança a partir do sentir é um tema que me interessa bastante.
A perspectiva de reflexão do capítulo é acerca do sentido que damos à vida, das relações positivas e da visão sistêmica do futuro; do valor que, em determinamos momentos, damos ou deixamos de dar para as pessoas que nos são caras, independentes de estarem próximas ou não; do reconhecimento que promovemos, ou não, a quem tanto amamos.
Mas a grande questão que o livro me trouxe foi sobre QUEM amamos. Será que reconhecemos quem realmente deveríamos reconhecer? Será que nossas energias são depositadas em quem realmente deveria ter nossa atenção?
Para se chegar a alguma resposta (não sei se esse é o termo mais adequado) o autor do livro propõe o seguinte exercício que ele realiza em workshop: a simulação do próprio velório. Simmmmm, o assunto a partir daqui é fúnebre! É para os fortes! Para aqueles que não tem coragem de seguir a leitura adiante, eu me despeço com essa música do Jorge Drexler (que eu adooooro)... Bj, e até a semana que vem! Voltem sempre! ;)
Para você que se arriscou, segue o exercício:
Imagine que você faleceu.
Imagine sua morte na posição em que se encontra, neste local, neste momento. Imagine seu corpo sendo levado ao velório e então seu caixão aberto.
Quem está no seu velório?
O que dizem essas pessoas?
O que pensam a respeito do que foi a sua vida?
Quem você ama está lá?
Imagine seu próprio velório.
Em determinado momento, um pequeno grupo se aproxima do seu corpo e o toca,
em um movimento misto de carinho e de dor.
Quem está tocando você?
Essas devem ser as pessoas mais importantes da sua vida.
Então, imagine a dor que eles, e você - sentem numa cena dessas.
Você não pode falar nada, afinal está morto.
Pode apenas reconhecer essas pessoas e imaginar o calor delas ao tocar seu corpo.
E se lhe fosse permitido falar algo em apenas dois minutos?
Que recado você daria a essas pessoas?
Que recado daria na sua despedida?
Que pedido de desculpas você faria?
Como demonstraria o seu amor?
Agora, como num passe de mágica, sinta a energia do seu corpo aqui e agora.
Sinta o peso do seu corpo tocando o sofá ou a cadeira em que está sentado neste momento.
Sinta que está vivo e que isso foi apenas um exercício.
Você não está morto!
E agora cabe somente a você definir o que fará com seu tempo restante. Que aspecto de você morre neste momento? Que culpas e experiências vividas, as quais você não pode mais mudar, precisam morrer para que você possa renascer? Que parte do seu passado precisa ser enterrada para que você possa ir adiante? Sinta o luto por aquilo que quer mudar para então iniciar um recomeço. Um novo contrato individual daquilo que quer buscar.
Temos o direito de rever nossos comportamentos e seguir adiante rumo a uma vida mais feliz.