Esses dias me deparei com
uma reportagem relatando uma situação que ‘falou’ alto ao meu coração!
A reportagem contava a história de Paul Flanagan, um inglês de 45 anos que descobriu que o câncer só lhe permitiria conviver com a família por mais alguns meses. Paul correu atrás do relógio.. curtiu muito o tempo com seus filhos (o menino tinha 5 anos e a menina 1 ano e meio). Comprou presentes para serem entregues às crianças nos próximos aniversários, escreveu cartinhas no estilo do filme P.S. Eu Te Amo, separou os livros preferidos.. várias coisas.
Mas a maior surpresa aconteceu quase dois anos depois do seu falecimento. Sua esposa estava mexendo no computador antigo da família e encontrou um texto intitulado “Sobre encontrar a realização”, onde Paul listava 28 dicas/valores para que os filhos alcançassem a felicidade em suas vidas.
Mas a maior surpresa aconteceu quase dois anos depois do seu falecimento. Sua esposa estava mexendo no computador antigo da família e encontrou um texto intitulado “Sobre encontrar a realização”, onde Paul listava 28 dicas/valores para que os filhos alcançassem a felicidade em suas vidas.
São pontos que falam sobre humildade, educação, cordialidade, pontualidade, moral, várias coisas que sabemos ser importantes mas que, vezenquando, a loucura do nosso dia-a-dia nos leva a esquecer de praticar. (Veja a íntegra da reportagem aqui: Pai deixa 28 lições de vida aos filhos antes de morrer)
Tudo isso me levou a refletir sobre meu passado e meu futuro.
Sobre o passado: Meu pai era separado da minha mãe e morava no Rio de Janeiro. Eu tinha 13 anos e ele vinha para Porto Alegre mais ou menos 1 vez por mês para me ver.
Então um dia ele veio para mais um findi na cidade.. sempre saíamos para passear, mas não lembro exatamente onde ele me levou, o que fizemos juntos.. só lembro que estranhei um pouco quando ele me deu uma graninha mais gorda do que o habitual. Coisa de piá!
No outro mês, quando ele veio pra Porto Alegre, a gente não saiu pra passear. Ele foi diretamente para o Hospital de Clínicas onde ficou internado até o seu falecimento por câncer. Fui visitá-lo no hospital, mas não lembro das nossas conversas... eu estava meio que em estado de choque.. nunca imaginava que aquilo fosse acontecer.
Pra quem acha mórbido as cartinhas post-mortem, só tenho uma coisa pra dizer: eu gostaria de ter recebido algumas! Gostaria de saber se meu pai teria alguma lição para me passar, alguma dica ou sugestão para eu ser (mais) feliz na minha vida.
Claro que minha mãe cumpriu seu papel. Passou muitos valores e me educou da melhor forma possível, mas gostaria de saber o que meu pai teria a dizer, sabe?!
Sobre o futuro: será que vou conseguir passar valores importantes para minha filha? Será que ela vai usar as palavras por favor, obrigado, com licença? Será que ela vai seguir os pontos listados pelo inglês da reportagem?? Os pontos que eu também concordo?
Bah, vou fazer o possível, mas só o tempo dirá.
Tudo isso me levou a refletir sobre meu passado e meu futuro.
Sobre o passado: Meu pai era separado da minha mãe e morava no Rio de Janeiro. Eu tinha 13 anos e ele vinha para Porto Alegre mais ou menos 1 vez por mês para me ver.
Então um dia ele veio para mais um findi na cidade.. sempre saíamos para passear, mas não lembro exatamente onde ele me levou, o que fizemos juntos.. só lembro que estranhei um pouco quando ele me deu uma graninha mais gorda do que o habitual. Coisa de piá!
No outro mês, quando ele veio pra Porto Alegre, a gente não saiu pra passear. Ele foi diretamente para o Hospital de Clínicas onde ficou internado até o seu falecimento por câncer. Fui visitá-lo no hospital, mas não lembro das nossas conversas... eu estava meio que em estado de choque.. nunca imaginava que aquilo fosse acontecer.
Pra quem acha mórbido as cartinhas post-mortem, só tenho uma coisa pra dizer: eu gostaria de ter recebido algumas! Gostaria de saber se meu pai teria alguma lição para me passar, alguma dica ou sugestão para eu ser (mais) feliz na minha vida.
Claro que minha mãe cumpriu seu papel. Passou muitos valores e me educou da melhor forma possível, mas gostaria de saber o que meu pai teria a dizer, sabe?!
Sobre o futuro: será que vou conseguir passar valores importantes para minha filha? Será que ela vai usar as palavras por favor, obrigado, com licença? Será que ela vai seguir os pontos listados pelo inglês da reportagem?? Os pontos que eu também concordo?
Bah, vou fazer o possível, mas só o tempo dirá.
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Pablo, mesmo longe teu pai nunca deixou de te visitar, te passou o valor real do que é ter um filho, e que hoje você sabe o que é.
ResponderExcluirNa adolescência, não valorizamos muito essa atenção dispensada a nós, sabia que ele viria no fim do mês. Hoje você tem lembranças vagas de conversas com ele, mas convicção de que a presença dele no passado, hoje te motiva a ser um pai atento no crescimento da sua filha.
Sim, Rafa.. a presença e a ausência dele.. em momentos diferentes, me fazem tentar ser melhor.
ResponderExcluirÉ aquela coisa de tentar aprender para não cometer os mesmos erros.. a gente pode cometer novos, mas os mesmos a gente evita! hehehe
Oi, Pablo, bom dia!
ResponderExcluirAtravés de uma amiga vim parar aqui e gostei muito da tua reflexão... Já estive do outro lado, com o diagnóstico de câncer nas mãos e uma filha bem pequena (18 meses) que havíamos tentado por 5 anos a gestação.
Bate o medo de não ter dado conta, de não ter sido amorosa o suficiente, de não ter deixado a marca positiva, de nem mesmo ser uma lembrança para quem é tão pequeninha.
Pensei naquele filme que lembro de ter saído aos prantos do cinema, "Minha Vida", com Michael Keaton e Nicle Kidman. - Lembra que davam kleenex pra gente na bilheteria?
Pensei em tantas coisas... No que teria pensado a minha filha caso cirurgia e radioterapia não tivessem funcionado?
Tive medo de faltar, de não ver o crescimento da Larissa, mas me mobilizei, encarei de frente e era no estágio inicial e deu certo, ao contrário do que em casos de muitas pessoas.
Mas passar lições e pensar nas coisas com mais leveza e sempre pensando em qualidade de vida, de compartilhar o melhor poderia ser uma forma bem mais interessante de se levar a vida do que normalmente temos feito, imersos numa rotina desgastante e que nos coloca apenas "de corpo presente" em relacionamentos.
Gostei muito do PUB, vou seguir!
Abraço,
Ingrid
Que bonito esse post, não tinha me dedicado ainda a essa leitura. Eu vi que circulou muito semana passada, nas redes sociais, essa carta. No Natal, foi pauta de uma conversa em família como entender deslizes, corrigir os problemas do passado, passar borracha, antes de perder pai e mãe. Não é simples... anos de terapia às vezes não resolvem. Sei o caminho, mas é longo: o perdão. Temos que perdoar ausências, atitudes que vc faria diferente, castigos sem justificativa decente, rancores. #noteasy
ResponderExcluirOlá, Ingrid.
ResponderExcluirQue bom que gostou da reflexão e que resolveu socializar tua experiência com a gente. Sempre é bom conhecer novos pontos de vista, novas opiniões.
Compreendo bem os medos que sentiu. Pois além da experiência com meu pai, agora estou com outra pessoa doente na família e fica impossível não pensar nessas coisas.
O melhor é que deu tudo certo pra vocês e ainda pode dar certo pra gente!!
Como comentei no post, as lições deixadas pelo pai inglês não chegam a trazer muitas novidades, receitas inovadoras, nem nada assim.. pra gente que já é adulto. Mas creio que, para uma criança que ainda está formando sua personalidade, pode ser muito útil.
Pra gente, #ficaadica de aproveitar melhor o tempo com os que amamos.. como você mesma falou, lutar contra a rotina e curtir todos os momentos dos nossos relacionamentos!
Seja bem vinda ao nosso PUB!
Um abraço e sinta-se à vontade para comentar e interagir com a galera!
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ResponderExcluirOi Tati
ResponderExcluirCom certeza não é nada fácil, mesmo quando sabemos o caminho.
E o pior: não depende só da gente.. exige um esforço tremendo de todas as partes envolvidas!
Mas alguém precisa dar o primeiro passo...
Em tempo... Eu que apresentei o blog para a Ingrid (Do desconstruindo a mãe). Querida amiga de longa data e que me deu um mega apoio quando também descobri um câncer de pele (hoje passado!)
ResponderExcluirFeliz por ver que o Vezenquando está cada vez mais agradando tantas pessoas!
Pablito!
ResponderExcluirEu assiti 'PS: Eu te amo 'no cinema e lembro que foi muito angustiante. Na época, achei a atitude do cara um pouco (muito) sofrida para ela... Não sei, não curti. Ao mesmo tempo, se estivesse passando por isso, acredito que gostaria de receber uma carta e também deixar.
A Maria Clara está indo para a 1 série e lá na escola dela eles fazem uma coisa que achei bem interessante. Nesse primeiro ano, todos os pais escrevem uma carta dizendo para os filhos o que eles desejam para o futuro deles, em termos pessoais e profissionais. Depois colocam essas cartas juntamente com alguns objetos que sejam significativos dentro de uma caixa e enterram no pátio da escola. Os alunos só abrirão quando estiverem terminando o ensino médio.
Quando nos disseram isso, fiquei pensando naqueles alunos que por ventura perderem os pais ao longo do caminho. Deve ser muito significativo ler essas cartas e saber o que eles pensavam e desejavam para os filhos.
Estava lendo a carta dele agora... Separei essa parte:
ResponderExcluir'Seja cortês, pontual, sempre diga “por favor” e “obrigado”, e tenha certeza de usar o garfo e a faca de maneira correta. Os outros decidem como tratá-los de acordo com as suas maneiras.'
Eu insisto tanto com a Maria para que ela fale 'por favor' e 'obrigado', que as vezes até me torno chata, eu sei. Mas tenho certeza que quando ela for maior, ela vai lembrar disso com 'bons olhos'. Antes, quando ela esquecia de dizer por favor ao solicitar alguma coisa, eu dizia: por... ? E ela respondia: 'por favor'. Hoje em dia ela não esquece mais e quando acontece, eu já não preciso dizer a primeira palavra, basta olhar e ela já sabe...
Quanto aos talheres, eu acho isso tão importante. São coisas básicas, mas que precisam ser ensinadas pelos pais. Eu lembro que quando eu era pequena me explicaram que eu devia usar o guardanapo antes de levar o copo à boca, pois era para não deixar o copo sujo... Lembro disso até hoje. E esses dias falei para a Maria isso. E atualmente ela nos cobra quando os guardanapos não estão na mesa...
Olha, pai e mãe são tudo de bom que se pode ter na vida! (quando cada um desempenha o seu verdadeiro papel)
'Sempre olhe para o lado bom! O copo está meio cheio, nunca meio vazio. Toda adversidade tem um lado bom, se você procurar.'
ResponderExcluirIsso fecha muito com o que penso!