.café de boteco.

 

Café de boteco de rua movimentada perto do trabalho.  Daqueles que tu entra, senta no balcão, é atendido pelo nome e não precisa nem pedir.

“Sai um pingado sem açúcar e uma torrada só de queijo pra Rita!”

Enquanto isso, fala da vida, do movimento da rua, fala que a coisa tá dificil [dono do boteco faz o charme e coloca o pano de prato no ombro nessa hora];

Entra ano, sai ano, muda a moeda brasileira várias vezes e o café de boteco vai ser sempre o café de boteco. Acopanhando e atravessando a nossa economia medonha com a mesma chapa suja, o mesmo pano de prato, a mesma mão recebendo R$ 5,00 e devolvendo a moedinha de R$ 0,50 que é a mesma mão que pega no presunto e queijo, o mesmo balcão de 30 anos atrás  a mesma praça, o mesmo banco as mesmas flores o mesmo jardim.

Vício.  Volta e meia preciso do café da manhã do boteco, daquele cheiro de pão prensado e café passado. Vício:  coisas simples,  pessoas simples, “bom dia” simples. Guardanapo simples, copo simples.

E cada vez  que eu paro ali naquele mesmo boteco, eu vejo o tanto de gente aparentemente nada simples indo atras da mesma vida e atitude simples que ha muito perdeu espaço na correria nada simples de todo dia. Um buteco que serve pingado no balcão com torrada de queijo e o dono te atende pelo nome, não tem preço.