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Victor Hugo

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

.poema dos olhos da amada.





Oh, minha amada
Que os olhos teus

São cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breus

Oh, minha amada 
Que olhos os teus

Quanto mistério 
Nos olhos teus
Quantos saveiros 
Quantos navios
Quantos naufrágios 
Nos olhos teus

Oh, minha amada 
Que olhos os teus

Se Deus houvera 
Fizera-os Deus
Pois não os fizera
Quem não soubera 
Que há muitas eras 
Nos olhos teus

Ah, minha amada 
De olhos ateus

Cria a esperança 
Nos olhos meus 
De verem um dia 
O olhar mendigo 
Da poesia
Nos olhos teus

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