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.quando o amor vos chamar, segui-o,
apesar do seu caminho ser duro e íngreme.
.e quando suas asas vos envolverem, abraçai-o,
apesar da espada escondida entre suas penas poder ferir-vos.
.e quando ele falar convosco, acreditai nele,
apesar de sua voz poder esfacelar vossos sonhos como o vento norte arruína o jardim.
.pois mesmo quando o amor vos coroa, ele vos crucifica.
.o amor não dá nada além de si mesmo e não toma nada além de si mesmo.
.o amor não possui nem é possuído;
pois o amor é suficiente ao amor.
.e não pensai que podeis dirigir o curso do amor,
pois o amor, se achar que mereceis, dirige o vosso curso.
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Esse trecho faz parte do livro O Profeta de Khalil Gibran.
Eu já tinha lido alguns trechos das obras desse autor, mas nunca tinha comprado algum livro dele. Nesse final de semana passado, comprei uns livros e entre eles estava 'O Profeta'.
Resolvi socializar com vocês, porque simplesmente adorei. Vale à pena!
E como vivemos num tempo de facilidade de acesso à informação, aqui vocês podem acessar o livro na íntegra! ;)
O Profeta é uma obra na qual eu penso há mil anos, é para mim um segundo nascimento e meu primeiro batismo, é o único pensamento que me torna digno de me pôr diante do sol.
Adoro este livro...
ResponderExcluir...
ResponderExcluirO amor não tem outro desejo que o de se preencher a si próprio.
Mas se amardes e tiverdes desejos, que sejam esses os vossos desejos:
Fundir-se e ser como um regato que corre e canta a sua melodia para a noite.
Para conhecer a dor de tanta ternura.
Ser ferido pela vossa própria compreensão do amor;
E sangrar com vontade e alegremente.
Despertar de madrugada com um coração alado e dar graças por mais um dia de amor;
Repousar ao fim da tarde e meditar sobre o êxtase do amor;
Regressar a casa à noite com gratidão;
E depois adormecer com uma prece para os amados do vosso coração e um cântico de louvor nos vossos lábios.
Muito bom o livro, né Lu?
ResponderExcluirEntrei para a lista dos fãs!
:)
Fui apresentada a ele quando eu tinha uns 13, 14 anos... era da minha mãe. Adorava abrir e ler alguns trechos :)
ResponderExcluirAlém de ser muito bom, lembro desta época.
Bom diaaa!
Ah, Lu, que lindo! Deve ter sido um ótimo livro de cabeceira!
ResponderExcluirEu gosto muito da parte que ele fala de liberdade:
[ ... ]
Sereis verdadeiramente livres não quando os vossos dias não tiverem uma
preocupação nem as vossas noites necessidades ou mágoas. Mas quando estas coisas rodearem a vossa vida e vós vos ergais acima delas,
despidos e libertos.
[ ... ]
Sim! Todos os temas são maravilhosos... gostava muito do Casamento (na época imaginava como seria):
ResponderExcluir...
Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor uma prisão;
Deixai antes que seja um mar ondulante entre as margens das vossas almas.
Enchei a taça um do outro mas não bebais de uma só taça.
Parti o vosso pão ao meio mas não comais do mesmo pão.
Cantai e dançai juntos, mas deixai que cada um de vós fique sozinho.
Como as cordas de uma lira estão sozinhas embora vibrem ao som da mesma
música.
Entregai os vossos corações mas não ao cuidado um do outro.
Pois só a mão da Vida pode conter os vossos corações.
E ficai juntos mas não demasiado juntos:
Pois os pilares do templo estão afastados, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.
Bem, confesso ter esquecido estas leituras no passado. Muito bom rever...
ResponderExcluirJá que estamos falando de Kahlil Gibran, segue o texto que adoro.
O Louco
Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim:
um dia, muito tempo antes
de muitos deuses terem nascido,
despertei de um sono profundo e notei que todas
as minhas máscaras tinham sido roubadas
- as sete máscaras que eu havia confeccionado
e usado em sete vidas -e corri sem máscara pelas
ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram
para casa, com medo de mim E quando cheguei à praça
do mercado, um garoto trepado no telhado de uma
casa gritou: "É um louco!".
Olhei para cima, pra vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e
minha alma inflamou-se de amor pelo sol,
e não desejei mais minhas máscaras. E, como num
transe, gritei:
"Benditos, bendito os ladrões
que roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura:
a e a segurança de não ser compreendido, pois aquele desigual
que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Beijo da Lu :)
Lu, que coisa mais linda tudo isso!
ResponderExcluirA M E I !!!
Quanto tempo eu perdi sem ler Gibran! :/
Adorei isto:
[ ... ] 'a segurança de não ser compreendido, pois aquele desigual
que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.'
Que profundo!
Lindo né? Adorei a tarde de Gibran...
ResponderExcluirCada vez que leio, gosto mais!
:)
Eu li isso outro dia e achei tão lindo. É do livro "A Voz do Mestre" [ esse eu não tenho, li na internet ].
ResponderExcluir~ Do Primeiro Olhar ~
É aquele momento em que a Vida passa da sonolência para a alvorada. É a primeira chama que ilumina o íntimo mais profundo do coração. É a primeira nota mágica arrancada das cordas de prata do sentimento. É aquele momento instantâneo em que se abrem diante da alma as crônicas do Tempo, e se revelam aos olhos as proezas da noite, e as vozes da consciência. Ele é que abre os segredos da Eternidade para o futuro. É a semente lançada por Ishtar, deusa do Amor, e espargida pelos olhos do ser amado na paisagem do Amor, depois regada e cuidada pela afeição, e finalmente colhida pela alma.
O primeiro olhar vindo dos olhos do ser amado é como o espírito que se movia sobre a face das águas e deu origem ao céu e à terra, quando o Senhor sentenciou: "E agora, vivei!"
Nossa...fiquei arrepiada. QUE LINDO!!!
ResponderExcluirAs vezes fico pensando sobre essa profundidade. Como pode alguém descrever com tantos detalhes, com tanta sensibilidade um sentimento.
Muito lindo Carla.
Verdade!
ResponderExcluirTem um livro dele chamado Cartas de Amor de Gibran [ eu também não tenho :) ], mas já li pela Internet uma parte, que fala de um amor platônico dele por uma mulher chamada Mary.
Numa das cartas, entre tantas coisas lindas, ele escreve assim:
'Vamos para os campos, Mary, buscar o inesperado!'
Achei tão profunda essa frase, apesar de ser tão simples.
10/3/1912
ResponderExcluirMary, minha adorada Mary, como você pode achar que me está dando mais sofrimento que alegrias? Ninguém sabe direito qual é a fronteira entre a dor e o prazer: muitas vezes eu penso que é impossível separá-los. Você me dá tanta alegria que chega a doer, e você me causa tanta dor que eu chego a sorrir.
17/7/1915
ResponderExcluirNós dois estamos procurando tocar os limites da nossa existência. Os grandes poetas do passado sempre se entregavam à Vida. Eles não procuravam uma coisa determinada, nem tentavam desvendar segredos: simplesmente permitiam que suas almas fossem arrebatadas pelas emoções. As pessoas estão sempre buscando segurança, e às vezes conseguem: mas a segurança é um fim em si, e a Vida não tem fim.
Que lindo tudo isso... vou procurar ler este livro.
ResponderExcluirDo Gibran li O Profeta e adoro O Louco.
Todos os textos profundos, e como tu disse, as vezes simples e mesmo assim maravilhosos.
"Sua carta, Mary, é a mais bela expressão de vida que já recebi. Poetas não são aqueles que escrevem poesias, mas todos os que têm o coração cheio do espírito sagrado do Amor."
ResponderExcluir23 de junho de 1909
ResponderExcluirAcabo de perder meu pai, minha amada Mary; ele morreu na mesma casa onde nasceu, há 65 anos
atrás. Seus amigos me escreveram, dizendo que ele me abençoou antes de fechar os olhos para
sempre.
Tenho certeza de que meu pai descansa no seio de Deus; mesmo assim, não consigo evitar a tristeza e a dor da sua ausência. Sinto a mão da Morte na minha testa, e penso na minha mãe, na minha irmã mais jovem, e no meu irmão — nenhum deles está mais aqui para sorrir com a luz do sol. Onde eles estão? Neste desconhecido para onde foram, será que tornaram a se reencontrar? São capazes —
como nós somos — de lembrar o passado?
São perguntas tolas; sei muito bem que estão vivos em algum lugar no céu, mais perto de Deus do que estamos. Os sete veus — que separam o homem da Sabedoria — não estão mais cobrindo seus olhos, e meus entes queridos não brincam mais de esconde-esconde com a Verdade e a Luz. Mesmo assim, ainda sofro e sinto saudade.
E você é meu único consolo, embora esteja do outro lado deste mundo, conhecendo o Havaí. Os
seus dias são as noites aqui de Paris. Mesmo assim, quando eu caminho você está perto, quando eu trabalho você conversa comigo, e quando me sento sozinho para comer, sua presença surge ao meu lado.
Há momentos em que sei que não há distância entre aqueles que se amam.
Aqui http://www.starnews2001.com.br/kahlil/As%20cartas%20de%20amor%20de%20Gibran.pdf vcs podem acessar as cartas...
ResponderExcluirLindo, lindo!
E um dia a Mary responde à Kahlil:
ResponderExcluir(em 18 de abril, Mary Haskell escreve a Kahlil Gibran sobre o silêncio)
Penso que nunca acreditei nas poucas palavras de amor que me disseste, ou nas muitas que não
ousaste pronunciar; como era complicada minha maneira de te amar! Agora entendo o quanto te
fiz sofrer, e quanta coisa joguei fora para mantê-las longe de nós.
Por alguns momentos, acreditei que tudo o que foi afastado jamais retornaria. Então perguntei as nossas almas se tinha razão. Não escutei nenhuma resposta imediata, mas logo a visão de uma montanha apareceu diante de mim. E eu entendi que a culpa não tinha sido do meu coração, mas da falta dele.
Peço perdão por tudo que tentei destruir, e pela dor que te causei. Meu amado Kahlil parece que não escrevo para você, mas com você. E os dias são mais tranquilos, porque você está sempre ao meu lado. Nas Sierras, onde quer que se vá, pode-se escutar sempre o barulho da água correndo nos rios. Da mesma maneira, onde quer que eu esteja, posso perceber os teus sentimentos fluindo por meu coração.
Que Deus te abençoe. Que Deus nos abençoe.
Ah! Que lindo!!!
ResponderExcluir[ e eu aqui, na mesa 1, falando sozinha... :D ]
Minha adorada Mary:
ResponderExcluirMinha vida é apenas um conjunto de notas musicais que o seu coração transforma em melodia.
Que sejamos sempre capazes de viver tudo o que há de sagrado em cada instante.
Com todo o amor de Kahlil.
WESTERN UNION TELEGRAM
1931 ABRIL 12 11:28 AM
KAHLIL FALECEU NA SEXTA À NOITE. VAMOS LEVÁ-LO PARA BOSTON NA SEGUNDA.
ESCREVA PARA 281 FOREST HILLS ST. MARY GIBRAN
Mary Gibran?
ResponderExcluirEles casaram?
Voltei...
ResponderExcluirSerá que casaram? Não foi sempre platônico... lindo!
nao poderia deixar de falar do PROFETA... meu livro de cabeceira a uns 20 anos... eu gosto muito do q ele diz dos filhos...
ResponderExcluir"E ele respondeu:
Os vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da Vida que anseia por si mesma.
Eles vêm através de vós mas não de vós.
E embora estejam convosco não vos pertencem." . Muito útil hoje em dia.
Lindo, Julio! Lindo mesmo!
ResponderExcluirEsse é o tipo de livro que tem que permanecer como de cabeceira por mais 20 anos!
:) Adorei!
Sábio e sempre muito atual.
ResponderExcluirLivro de cabeceira sim :)